quarta-feira, 15 de julho de 2009

Soldadinho de Chumbo

Esta é mais uma encandadora história de Andersen.

De um pedaço de cano velho de chumbo, surgiram 25 Soldadinhos de Chumbo, com espingardas ao ombro e uniformes em vermelho e azul.

Ao serem tirados da caixa pelo aniversariante, foram colocados numa mesa bem enfileiradinhos. Seriam idênticos não fosse por um deles que só tinha uma perna (a quantidade de chumbo era pouca e não deu para a outra), mas, isso não impedia que êleficasse em pé como os outros.

A sala estava cheia de brinquedos mas, o que mais chamava a atenção do Soldadinho era uma senhorita à porta de um castelo de papel. Vestida de bailarina num tecido vaporoso, com um xale seguro a uma lantejoula, tinha braços e uma das pernas levantados; o Soldadinho mal conseguia ver, de tão levantada a perna estava. Pensou, então, que ela também , como êle, teria uma só perna. O Soldadinho se apaixonou, embora se achasse pobre morando numa caixa de sapato e ela linda, num castelo.

À noite, acontecia sempre uma festa entre os brinquedos; só a Bailarina e o Soldadinho não se mexiam: êle, o tempo todo olhando para ela e ela naquela pose na pontinha do pé. À meia-noite, quando o relógio bateu....dom....dom..........,de dentro de umacaixa de rapé, pulou um duende que logo foi mandando o Soldadinho tirar os olhos de cima da Bailarina. Como êle não atendeu,o duende malvado o ameaçou:-" Espere só até amanhã, você vai ver uma coisa!"-

Pela manhã, a ameaça se concretizou e o Soldadinho foi atirado, pelo vento,láaaaaaaaaa fóra. Como chovia, a água o levou e fez com que êle passasse por muitos lugares, pelas mãos de várias crianças e até por um peixe foi engolido, mas, tantas voltas deu que voltou ao seu ponto de partida. Reconheceu as crianças que brincara, os brinquedos seus amigos e principalmente, quem lá estava garbosa e linda? Sua senhorita. Êle quase chorou lágrimas de chumbo. Êles se olharam e nada disseram.

Não sabemos se o duende foi o causador, mas, uma das crianças, sem razão aparente, arremessou o Soldadinho ao fogo que ardia na lareira. Êle sentiu um calor horrível. Seria de amor? Os dois se olharam enquanto lentamente êle foi perdendo as cores e derretendo. Uma rajada forte de vento jogou a Bailarina na lareira e uma chama a consumiu, rapidamente. Deles só restou uma bolinha de chumbo em forma de coração e uma lantejoula queimada preta como carvão.